sexta-feira, 27 de maio de 2016

ASPECTOS LINGUÍSTICO E COGNITIVOS DA LEITURA

Postado por: Xadiz.

            Saber ler é muito importante, principalmente em sociedades letradas como a nossa, afinal nos deparamos com textos o tempo todo: nomes de ruas, livros, até as mensagens em redes sociais. Por esse motivo, quem não sabe ler acaba sendo excluído de muitas situações sociais.

Mas afinal... Como lemos?

            No processo de aprendizagem da leitura, temos duas fases: a primeira é quando aprendemos a decodificar e compreender palavras de uma língua, associando-as aos sons emitidos pelos nativos; a segunda, quando interpretamos o sentido dessas palavras. Ou seja, na primeira fase lemos letra por letra, sílaba por sílaba, palavra por palavra; enquanto na segunda aprendemos a compreender o sentido delas. Oliveira (2004) os define como "aprender a ler" e "ler para aprender", respectivamente. As pessoas que não conseguem compreender um texto ficam limitadas, sem autonomia.

            O primeiro tipo é muito comum nos primeiros anos de alfabetização, entretanto, ainda pode ocorrer quando nos deparamos com uma palavra desconhecida; seu lado negativo é que, quando chegamos ao final de uma palavra, já não lembramos seu começo.

            Ao passo que, no segundo, lemos a palavra completa, ao olhá-la rapidamente. Por isso, não importa se a palavra está fora de ordem, desde que sua primeira e última letras estejam no lugar correto, que provavelmente será lida de forma correta.

Para saber mais: Aspectos Linguísticos do Processamento da Leitura

            Quando falamos de fatores linguísticos, vários níveis de processamento podem ser destacados:

·         Fonológico: trata-se do sistema de sons de uma língua, como o encontro consonantal, por exemplo;

·         Ortográfico: codifica o sistema de representação de uma língua, relacionando-se fortemente ao nível fonológico;

·         Morfossintático: diz respeito à combinação de morfemas dentro de uma palavra e de palavras dentro de uma frase e de um texto;

·         Semântico: refere-se às propriedades do significado das línguas, como homonímia (palavras com a mesma pronúncia ou grafia, mas significados diferentes) e antonímia (relação entre palavras que possuem significados contrários);

·         Pragmático: relaciona-se à forma como as intenções são expressas em determinado contexto, podendo ganhar interpretações distintas dependendo dele, um exemplo é a ironia.

Aspectos Cognitivos da Leitura

A leitura acontece no cérebro, pois é ele que vai interpretar o que os olhos enxergaram; e nossa interpretação varia de acordo com nossas experiências, nossas vivências. Dessa forma, ela está relacionada à aprendizagem e aos conhecimentos de uma pessoa. Contudo, ainda há muito a se descobrir sobre esse assunto.

Tende-se a caracterizá-la através da integração de informações, grande parte, dependente do uso de estratégias, como:

Estratégia ascendente (bottom-up): o significado está no texto; a pessoa compreende o texto através da decodificação, geralmente aplicado quando não se tem um conhecimento sobre o assunto, quando o texto é difícil ou quando não se conhece o código;

Estratégia descendente (top-down): a interpretação se inicia na mente do leitor, que lê o texto para confirmar hipóteses que criou ao longo da leitura. Esta estratégia ressalta também a compreensão e o conhecimento prévio da pessoa que está lendo;

Estratégia integradora: A leitura hábil seria uma frequente integração entre os processos anteriores. Desta forma, o leitor compensa sua defasagem em determinado nível por meio de conhecimentos adquiridos a partir de outros níveis. Há uma interação entre leitor e texto e/ou integração de habilidades que são ativadas simultaneamente no processo da informação.

Portanto, com a junção desses passos (aspectos linguísticos e aspectos cognitivos), conseguimos uma maior facilidade na compreensão da leitura para poder passar adiante o que aprendemos.
 
Referência:
SIQUEIRA, Maity; ZIMMER, Márcia Cristina. Aspectos linguísticos e cognitivos da leitura. Revista de Letras, nº 28 – vol. ½ - jan/dez, 2016.

 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMO FONTE DE CONHECIMENTO E PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE


  • Leitura, linguagem , língua e suas funções. 
  • A leitura esta presente no cotidiano desde os primórdios da vida; desenhos rupestres, sinais de quem não possuía uma linguagem verbal, para quem via e entendia, aquilo era uma leitura.                                           Imagem 
O ato de ler em si não se aplica apenas a um amontoado de letras com algum sentido, a leitura compreende em: transmissão de ideias, códigos a serem decifrados. 
Um quadro, um gesto ou um nada podem ser uma leitura, uma forma de comunicação. 
Todo o lugar em que se tem uma necessidade de comunicação existe uma linguagem. Mas para compreender melhor a linguagem é necessário que vejamos ,primeiramente, o que é comunicação. 
A comunicação implica em participação, necessidade de troca de informações, interação entre elementos e a linguagem entra na forma em que a comunicação será expressa, por meio de palavras, gestos, imagens etc. A diferença principal entre linguagem e comunicação é : a linguagem é o meio de comunicação e a língua é o meio pela qual essa será expressa. A comunicação pode ser universal, já que por meio de diferentes recursos pode-se compreende-la, língua não, já que para tanto, é necessário que haja certo conhecimento sobre aquilo que, saber decodificar a língua presente. Este fato explica o por que se aprende uma língua através da linguagem. 
A linguagem é o produto das pratica sociais de determinada cultura e se adapta as necessidades do comunicador. Pode-se dividi-la em duas: verbal e não verbal. 
Linguagem verbal é a comunicação através das palavras, dela se origina a língua e através dela é passado o conhecimento escrito, literário.
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Linguagem não verbal é a comunicação estabelecida através de tudo aquilo que não faz parte do verbal, portanto: imagens, sons, desenhos, gestos, e esta por não seguir padrões específicos e depender de de contextualização é uma forma universal de comunicação. 
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  Comunicar-se implica em adaptar-se ao seu receptor, diferentes línguas não podem ser compreendidas quando um falante pertence a uma e o receptor pertence a outra. Uma mesma língua também pode ter suas diferenças dentro do próprio grupo de falantes, nesse contexto encontramos as variações linguísticas. 
  A linguagem formal e a informal entram como um divisor de aguas, tendo em vista que hoje, a diferença entre ambas é tão grande que, certos casos uma é empregada como se fosse a outra. 
  A linguagem formal entra com sua forma padrão e a informal, como a coloquial, a usual, mais presente no dia a dia.  
  Para acentuar essas diferenças são encontrados pontos marcantes com relação a variações linguísticas como: diferenças regionais- que acentuam o sotaque, muito perceptível para certos grupos-, diferenças entre classes sociais e grupos socias - que difere no conhecimento intelectual e no conhecimento de mundo, podendo ser uma linguagem mais rica, ou mais simples e se adaptar ao grupo pertencente- ,faixa etária- adaptação ao grupo etário que está presente- e sexo- que varia visivelmente entre homens e mulheres ,principalmente-. 
  Podemos concluir que a linguagem é múltipla, a partir da combinação de seucódigos e se adapta ao tempo e espaço, promovendo uma constante mudança. 


                                    Coesão e coerência 
Coesão equivale à relação entre as palavras, entre as frases, enfim, entre as partes de um texto. 
equivale à relação entre as palavras, entre as frases, enfim, entre as partes de um texto. 
Recursos que garantem a coesão:  
Por referência: 
 Os pronomes, advérbios e os artigos são os elementos de coesão que proporcionam a unidade do texto. 
 "O Presidente foi a Portugal em visita. Em Portugal o presidente recebeu várias homenagens."(sem coesão) 
 "O Presidente foi a Portugal. Lá, ele foi homenageado." Os termos “Lá”(advérbio) e “ele” (pronome)referem-se a Portugal e Presidente tornando o texto coeso.  
Por elipse: 
 Quando se omite um termo a fim de evitar sua repetição.  
"O Presidente foi a Portugal. Lá, foi homenageado." 
 Por substituição: 
 É usada para abreviar sentenças inteiras, substituindo-as por uma expressão com significado equivalente. 
 "O presidente viajou para Portugal nesta semana e o ministro dos Esportes o fez também." A expressão “o fez também” retoma a sentença “viajou para Portugal”. 
Quando falamos em Coerência, falamos da significação do texto, e não mais dos elementos estruturais que o compõem. 
Um texto pode ser coeso, porém incoerente como o exemplo abaixo: 
“As ruas estão molhadas porque não choveu” 
Ou seja, a coesão é a conexão harmoniosa entre as partes do texto e A COERÊNCIA é a relação lógica entre as ideias 



                                                  Tipos Textuais 

Descrição: 
   O texto descritivo é feito a partir de um observador, que descreve o mundo real, pessoas, objetos e lugares (visão objetiva) ou de forma afetiva, emocional (visão subjetiva). A descritiva tem forma estática e por tanto não ocorrem  transformações como na narrativa. 
Narrativo: 
   O texto narrativo é a forma mais comumente usada para a transmissão de informações, conhecimentos e memórias.    As narrações são textos dinâmicos, com transformações de estado, espaço e tempo por meio do encadeamento de ações durante o desenvolvimento do texto (enredo), que é seguido pelo desfecho que finaliza a historia e em alguns casos pode haver uma moral. 
Personagens (apresentação) > problema  (conflito geral) > busca pela solução (clímax) >  
resolução do problema (desfecho) > moral. 
  
                                                                                Descritivo – Narrativo 
 " Quando as pessoas não sabem falar ou escrever adequadamente sua língua, surgem homens decididos a falar por elas e não para elas." ( Wendell Johnson) 
 Todo texto dissertativo é também um texto argumentativo, o que não significa que toda argumentação seja também uma dissertação, já que em outros tipos textuais podem conter argumentações, pois o texto argumentativo visa apresentar as intenções do sujeito e persuadir o receptor, com base em uma preposição  apresentada e defendida no texto. Os argumentos que são usados para convencer ou persuadir podem ter uma base fatídica ou retórica (valores e crenças). 
Dissertação (Forma) = Introdução > Desenvolvimento > Conclusão 



       A organização dos parágrafos: 
O QUE É UM PARÁGRAFO? 
  • Definido como extensão de uma margem em branco até um ponto final. 
        O mais Importante é que tenha SENTIDO 
Para se elaborar um texto precisa: 1) Planejamento. 
                                                        2) Roteiro em parágrafos. 
                                                         3) Esboço da estrutura. 
É importante salientar que não fórmula mágica para a organização dos parágrafos em um texto, o importante é que faça sentido, seja claro e que tenha coesão e seja coerente. 
Mas, fica a dica: 
  
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Complemento gramatical: 
O Uso do QUE  
             É um importante elemento coesivo. 
  • Introduz uma informação; 
  • Retornar termo anterior. 

A diferença dos porquês, (por que, porque, por quê, porquê) 
  
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O uso da vírgula: 
  1. Não se separa o sujeito do predicado, independentemente da extensão do sujeito. 
  1. A informação principal pode ser separada da informação complementar pela vírgula. 
  1. Termos acessórios, como o vocativo e o aposto, devem ser separados por vírgulas. 
  1. As expressões explicativas devem ser separadas por vírgulas. 
  1. Usa-se vírgula para isolar SIM ou NÃO que indicam respostas. 
  1. A vírgula pode indicar elipse (omissão de um termo) 
  1. Quando o adjunto adverbial é antecipado, usa-se vírgula para destacá-lo. 
  1. Em datas, a vírgula separa a expressão locativa. 
  1. Algumas conjunções, como as conclusivas e adversativas, são separadas por vírgulas 
  1. A vírgula separa orações intercaladas. 
  1. Usa-se vírgula para separar orações reduzidas (ou nas formas nominais: gerúndio, particípio ou infinitivo) 
  1. A vírgula é usada para separar orações subordinadas adverbiais. 


ImagemQUANDO A VIRGULA É PROÍBIDA!  
   
ENTRE SUJEITO E PREDICADO. 


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                     QUANDO A VIRGULA É OBRIGATÓRIA   
  
  • Depois de orações adverbiais antepostas
  • Antes do que que introduz oração explicativa 
  • Quando há elipse do verbo 
  • Para separar conjunções contíguas 
  • Antes de mas (com sentido de porém), porém, contudo, entretanto, todavia, portanto, por isso etc. 
  • Antes de e que introduza oração de sujeito diferente do da anterior, se, sem a vírgula, houver a possibilidade de entender o sujeito da segunda oração como complemento do verbo da primeira. 
  • Para separar adjuntos adverbiais de natureza diferente 


Agradecemos a leitura.
por: Amantes de Letras