Sobre a linguística podemos dizer
que ela distingue-se da gramática
tradicional normativa. Ela não tem, como
essa gramática, o objetivo de prescrever normas ou ditar regras de correção
para o uso da linguagem. Para a linguística, tudo o que faz parte da língua
interessa e é matéria de reflexão. Mas não é qualquer espécie de linguagem que
é objeto de estudo da linguística: só a linguagem verbal, oral ou escrita.
No século XVII, os estudos da
linguagem são fortemente marcados pelo racionalismo. Os pensadores da época
concentram-se em estudar a linguagem enquanto representação do pensamento e
procuram mostrar que as línguas obedecem a princípios racionais, lógicos.
A figura mais expressiva da época é o alemão F. Bopp. A sua importância é tal que se considera que a data de nascimento da linguística histórica é a da sua obra (1816) sobre o sistema da conjugação da língua sânscrita, comparada ao grego, ao latim, ao persa e ao germânico. E no século XIX que se descobre a semelhança entre a maior parte das línguas europeias e o sânscrito. A esse conjunto de línguas se chamou línguas indoeuropeias.
A figura mais expressiva da época é o alemão F. Bopp. A sua importância é tal que se considera que a data de nascimento da linguística histórica é a da sua obra (1816) sobre o sistema da conjugação da língua sânscrita, comparada ao grego, ao latim, ao persa e ao germânico. E no século XIX que se descobre a semelhança entre a maior parte das línguas europeias e o sânscrito. A esse conjunto de línguas se chamou línguas indoeuropeias.
Ainda no século XIX, para mostrar
a regularidade, certos linguistas históricos, os chamados neogramáticos,
chegaram a enunciar leis para as mudanças na língua: as leis fonéticas, pelas
quais eles procuravam explicar a evolução. Essa escrita simbólica desenvolvida
no século XIX dá uma contribuição decisiva para a edificação da linguística
como ciência. Ao construir esta escrita, a gramática histórica se utiliza de
símbolos para descrever a própria língua. É isso a metalinguagem: usar a
linguagem para falar da própria linguagem. Toda ciência tem de ter uma
metalinguagem, pela qual estabelece suas definições, conceitos, objetos e
procedimentos de análise.
A linguística, tal como a
conhecemos hoje, começa com o Curso da linguística geral, do suíço Ferdinand de
Saussure. Ferdinand de Saussure, mestre da Universidade de Genebra e pai da
linguística moderna, é sem dúvida uma figura surpreendente. De publicação feita
por sua iniciativa consta muito pouco, como um trabalho seu sobre vogais do
indo-europeu que, no entanto, não é o trabalho mais importante de sua carreira.
O Curso da linguística geral, publicado em 1916, sobre o qual se construiu todo
o edifício da linguística moderna, resulta de anotações de aulas reunidas e
publicadas por dois de seus alunos: Charles Baily e A. Sechehaye. A publicação
do Curso teve suas dificuldades, porque esses alunos não puderam, na época,
contar com os manuscritos do mestre, que os auxiliassem na reconstrução das
aulas.