terça-feira, 29 de novembro de 2016

CONCEPÇÃO E ORIGEM DA LINGUÍSTICA

Sobre a linguística podemos dizer que ela  distingue-se da gramática tradicional  normativa. Ela não tem, como essa gramática, o objetivo de prescrever normas ou ditar regras de correção para o uso da linguagem. Para a linguística, tudo o que faz parte da língua interessa e é matéria de reflexão. Mas não é qualquer espécie de linguagem que é objeto de estudo da linguística: só a linguagem verbal, oral ou escrita.
No século XVII, os estudos da linguagem são fortemente marcados pelo racionalismo. Os pensadores da época concentram-se em estudar a linguagem enquanto representação do pensamento e procuram mostrar que as línguas obedecem a princípios racionais, lógicos.
A figura mais expressiva da época é o alemão F. Bopp. A sua importância é tal que se considera que a data de nascimento da linguística histórica é a da sua obra (1816) sobre o sistema da conjugação da língua sânscrita, comparada ao grego, ao latim, ao persa e ao germânico. E no século XIX que se descobre a semelhança entre a maior parte das línguas europeias e o sânscrito. A esse conjunto de línguas se chamou línguas indoeuropeias.
Ainda no século XIX, para mostrar a regularidade, certos linguistas históricos, os chamados neogramáticos, chegaram a enunciar leis para as mudanças na língua: as leis fonéticas, pelas quais eles procuravam explicar a evolução. Essa escrita simbólica desenvolvida no século XIX dá uma contribuição decisiva para a edificação da linguística como ciência. Ao construir esta escrita, a gramática histórica se utiliza de símbolos para descrever a própria língua. É isso a metalinguagem: usar a linguagem para falar da própria linguagem. Toda ciência tem de ter uma metalinguagem, pela qual estabelece suas definições, conceitos, objetos e procedimentos de análise.
A linguística, tal como a conhecemos hoje, começa com o Curso da linguística geral, do suíço Ferdinand de Saussure. Ferdinand de Saussure, mestre da Universidade de Genebra e pai da linguística moderna, é sem dúvida uma figura surpreendente. De publicação feita por sua iniciativa consta muito pouco, como um trabalho seu sobre vogais do indo-europeu que, no entanto, não é o trabalho mais importante de sua carreira. O Curso da linguística geral, publicado em 1916, sobre o qual se construiu todo o edifício da linguística moderna, resulta de anotações de aulas reunidas e publicadas por dois de seus alunos: Charles Baily e A. Sechehaye. A publicação do Curso teve suas dificuldades, porque esses alunos não puderam, na época, contar com os manuscritos do mestre, que os auxiliassem na reconstrução das aulas.


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Aquisição da Linguagem

As teorias de aquisição
Grupo: Clube dos cinco

(Amanda, Diana, Diego, Leandro e Mariana) 

O processo de aquisição da linguagem não é um processo aleatório. Dessa forma, há diversas teorias que procuram responder como as línguas são adquiridas. Iremos traçar aqui alguns pontos que caracterizam algumas dessas teorias:
- EMPIRISMO:
As propostas empiristas são aquelas em que o conhecimento é derivado da experiência. No empirismo, a capacidade de formar associações entre estímulos ou entre estímulos e respostas é inato.
-BEHAVIORISMO:
Segundo a visão de Skinner (1957), há como controlar o comportamento verbal por meio de variáveis que o controlam (estímulo, resposta) e da especificação de como essas variáveis se interagem para formar uma resposta verbal particular. Segundo essa proposta, se essa resposta for reforçada positivamente, a tendência é que o comportamento se mantenha, porém, se a resposta for reforçada negativamente, a tendência é que o comportamento desapareça. Se não há nenhum reforço, o comportamento também tende a ser eliminado.
O behaviorismo considera somente os fatos observáveis da língua, sem preocupar-se com a existência de um componente estruturador, que trabalhe juntamente com os dados de uma experiência na construção da gramática de uma língua particular.
-CONEXIONISMO:
O conexionismo, diferentemente do behaviorismo, tentar analisar o que ocorre entre os dados de entrada e de saída no processo do aprendizado. Os modelos conexionistas tem por objetivo explicar os mecanismos que embasam o processamento mental, sendo a linguagem um desses processos.
As propostas conexionistas buscam a interação entre o organismo e o ambiente, assumindo a existência de um algoritmo de aprendizagem interno que permite o aprendizado por meio de experiências.
-RACIONALISMO:
Slobin (1985) observa que as teorias atuais assumem que, além das experiências, as crianças fazem uso de uma capacidade inata no processo de aquisição da linguagem.
Pode-se dizer que são duas as correntes inatistas: uma assume que o aprendizado da linguagem é independente da cognição e de outras formas de aprendizado (conhecida como hipótese gerativista ou inatista); e a outra assume que a linguagem é parte da cognição, ou que o mecanismo responsável pelo aprendizado da linguagem é também responsável por outras formas de aprendizado (são conhecidas como teorias cognitivistas, construtivistas).
-INTERACIONISMO:

Segundo Vygotsky (1962), o desenvolvimento da fala segue as mesmas leis de outras operações mentais.Os estudos de base interacionista apontam para o papel do adulto como aquele que cria a intenção comunicativa, como um facilitador no processo de aquisição.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

FERDINAND SAUSSURE E O ESTRUTURALISMO EUROPEU

Estruturalismo Europeu

Quando falamos ou ouvimos o termo Estruturalismo Europeu, o primeiro nome que explode em nossa mente (ou pelo menos deveria) é Ferdinand de Saussure. Um cara que simplesmente revolucionou a forma que pensávamos aprender uma língua e a relação dela conosco (os seres humanos).

Tudo isso é ainda mais incrível se considerarmos o fato de que sua obra, divisora de águas no campo da Linguística, publicada em 1916 não foi escrita por ele, e sim por alguns alunos que ao assistirem suas aulas, fizeram diversas anotações. Esses rapazes são Charles Bally e Albert Sechehaye e tiveram aula com este importante nome para a Linguística na Universidade de Genebra, na Suíça. O nome da obra, a qual foi atribuída à Saussure, tem o nome de Curso de Linguística Geral.
Apesar do nome grande, o livro não é um bicho de sete cabeças. Na verdade, se quiserem pensar que isso é um bicho, ele teria apenas 4 cabeças, que podemos apelidar mais carinhosamente de dicotomias Saussurianas. Estas 4 dicotomias são os pilares mais importantes para sustentarem sua teoria estruturalista. 

Essas dicotomias são : langue x parole, sintagma x paradigma, significado x significante e por ultimo mas não menos importante, temos também diacronia x sincronia. Antes que achem que isso é difícil, vamos efetivamente entender cada dicotomia e aí sim poderemos opinar sobre a dificuldade do assunto.

Digamos que a Langue é a queridinha de Saussure, pois grande parte de seus estudos foram voltados à Langue, que podemos definir a partir de um conceito básico que é a língua, cujas características são: coletiva, social e sistemática, entre outras. A Parole, está juntinha com a Langue porém com definições diferentes. A Parole é um ato individual  e assistemático e exatamente por este motivo e pelo motivo de que fatores externos à língua podem estar ligados à Parole se torna mais difícil a análise.

Você provavelmente nunca deve ter ouvido falar de eixo sintagmático ou paradigmático, porém, não precisará disso para entender sobre a segunda dicotomia citada acima: sintagma x paradigma. O sintagma é um eixo de seleção de palavras ou segundo Saussure é a “a combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior'' enquanto o paradigma é a combinação dessas palavras para formar assim uma estrutura sintática mais completa.

Além destas duas dicotomias já faladas, temos também a do significado x significante que em minha despretensiosa opinião é um dos mais interessantes pontos que Saussure tocou. O significado é aquilo que encontramos no dicionário, é a descrição de algo, por outro lado temos o significante que é a imagem acústica, a forma ou som que aquela palavra ou descrição te remete quando você a lê ou fala. A partir da junção do significado mais o significante cria-se o signo linguístico.

Para fecharmos com “chave de ouro” os estudos do Estruturalismo Europeu, temos a ultima dicotomia que também é de extrema importância para a sustentação da teoria de Saussure. A diacronia é o estudo das mudanças da língua em um determinado período enquanto a sincronia é o estudo da língua através do tempo.

Tudo isso pode parecer muito mais descomplicado do que poderia ser há décadas atrás e considerar a importância desse grande mestre do campo linguístico é algo necessário aos estudantes de letras e aos amantes das palavras. Em suma, esperamos que tenhamos sido úteis e que tenhamos cativado dentro de vocês a vontade do aprendizado.


Abaixo uma foto de Saussure, considerado por vários especialistas na área o pai da Linguística moderna:


GRUPO: Amigos Letrados

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O ESTRUTURALISMO AMERICANO

Pelo grupo Linguistas do séc. XXI

(Camila Navarro, João V. Capecce, Lucas de Quental e Renata)

O estruturalismo designa algumas correntes da linguística moderna que tomam impulso após o “curso de linguística geral” de Saussure e que surgiram entre as duas Grandes Guerras: a Escola de Genebra, o Círculo linguístico de Praga, o Círculo linguístico de Copenhague, na Europa, e a Escola Mecanicista de Leonard Bloomfield, na América do Norte.
A princípio, gostaria de destacar a seguinte afirmação: Sobre o conceito de ESTRUTURALISMO, a Linguística Moderna conhece duas vertentes: A Europeia e a Norte-Americana. O Estruturalismo americano é uma vertente estadunidense do estruturalismo.
A influência de Saussure fez com que o estruturalismo se tornasse a orientação dominante na linguística européia. Nos Estados Unidos, idéias estruturalistas foram desenvolvidas de maneira relativamente independente por Edward Sapir e especialmente por Bloomfield.
Nas décadas de 1940 e 1950, as idéias dele foram levadas ao extremo por seus sucessores, no desenvolvimento do estruturalismo americano, uma abordagem da descrição linguística que foi vigorosa, mas excessivamente dogmática, e atribuiu uma importância extrema à distribuição.
A autora classifica dois linguistas americanos como mais influentes nesta época que são Edward Sapir, que fez a junção da antropologia e da linguística, o que atraiu os linguistas americanos, e essa vertente é ensinada até hoje em universidades americanas. E Leonardo Bloomfield, que ao publicar language eliminou toda referência a categorias mentais ou conceituais, já que dava uma abordagem behaviorista do estudo da língua. Para ele, o significado é simplesmente a relação entre um estímulo e a reação verbal. Uma das características mais marcantes do estruturalismo americano é o desprezo que Bloomfield tinha pela semântica. Além disso, outro aspecto característico dessa época foi sua experiência de estabelecer uma linha de técnicas de descoberta, que por sua vez era muito criticada por Chomsky. Inspirou-se em Leonard Bloomfield para criar uma modalidade de linguística que punha em primeiro lugar o trabalho feito com a mão na massa nos dados reais, e frequentemente desqualificava a tradição européia contemporânea, tratando-a de mera ‘teorização de gabinete’.
O estruturalismo norte-americano encontra-se dividido entre as posições teóricas mentalistas, ou melhor, entre aqueles que seguiram os ensinamentos behavioristas aplicados ao fenômeno linguístico por Bloomfield compendiado no seu livro em 1933, e o que prefeririam os princípios mentalistas de Sapir, para quem o fenômeno linguístico deve explicar com um efeito do pensamento (intenção, crença ou sentimento) do emissor e não apenas como comportamento de tipo particular, explicável e previsível a partir da situação em que ocorre, mas totalmente independente de qualquer fator interno, mental, como convinha à posição científica própria ao florescente behaviorismo nos E.U.A., sobretudo nos anos que se seguiram a 1920.
O estruturalismo norte-americano tem como representante Leonard Bloomfield que desenvolve seus trabalhos de acordo com a corrente da Linguística distribucionalista. Assim, é publicada em 1933 a obra "Language", marcando essa vertente estruturalista norte-americana. Em sua obra Language(1933) segundo Bloomfield “as únicas generalizações úteis a respeito  da linguagem são de ordem indutiva” ideia a qual ele defendia explicitamente.
Essa teoria da linguagem vigora-se nos Estados Unidos até aproximadamente 1950. Assim, é importante ressaltar que a partir dessa data, o estruturalismo americano é visto de maneira independente do estruturalismo Saussuriano desenvolvido na Europa.
O objetivo da teoria formulada por Bloomfield é a elaboração de um sistema de conceitos à descrição sincrônica.
De acordo com a linguística distribucional, o estudo da língua é composto da seguinte maneira: 
1.A Constituição de um Corpus, ou seja, um conjunto de diferentes enunciados;
2. A elaboração de um inventário, a partir desse Corpus, que permite determinar as unidades de cada nível;
3. A verificação das leis de combinação das diferentes classes;
4. A exclusão de qualquer indagação que compõem esse corpus.
A Linguística de Bloomfield baseia-se na psicologia Behaviorista, que tem Skinner como um de seus maiores teóricos. Assim, sua teoria é proposta, no qual, diz que para um sujeito identificar o objeto "cadeira", por exemplo, ele é preciso estar perto do mesmo para entender o que é realmente. Com isso, na perspectiva de Skinner, termos como "conteúdo", "significado" ou "referente" devem ser desprezados enquanto utilizados em respostas verbais.
Para Refletir: Conceitos do Estruturalismo.
1) Língua (Langue) e Fala ( Parole);
2) "A Linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada em si mesma e por si mesma" ( Ferdinand de Saussure);
3) "A Língua é um sistema cujas partes podem e devem ser consideradas em sua solidariedade sincrônica" ( Saussure, 1975);
4) O Signo Linguístico é ARBITRÁRIO.

BIBLIOGRAFIA:
MARTELOTTA, Mario E. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
MUSSALIM, F.; BENTES, A. (org.) Introdução a Linguística. São Paulo: Cortez, 2001.
MUSSALIM, Fernanda; BENTES, Anna Cristina (org.). Introdução à Lingüística: domínios e fronteiras, v. 2. São Paulo. Cortez, 2001. 

O Gerativismo


Grupo SIA

Olá pessoal, tudo bom?

Hoje vamos falar sobre o ...

GERATIVISMO



A Teoria Gerativista foi apresentada pelo linguista Noam Chomsky na década 1950. É considerado como o nascimento da Linguística Gerativista o ano de 1957, quando foi publicado o livro Estruturas Sintáticas de Noam Chomsky.

A teoria apresentada, inicialmente foi uma resposta e recusa ao Behaviorismo, que caracterizava os indivíduos como tábuas rasas, afirmando que os mesmos não nasciam com capacidade para a linguagem. Para os Behavioristas, a linguagem era adquirida apenas a partir da interação, assumindo caráter externo e social.  

O Gerativismo defende que a linguagem é uma capacidade inata a capacidade do ser humano falar e entender uma língua se dá por um dispositivo inato, uma capacidade biológica.

A fala de uma criança, não é mera repetição de algo que já foi dito, a criança é capaz de criar sentenças inéditas. O Gerativismo trabalha com dois princípios, a competência e o desempenho linguístico.



Capacidade inata: meio ambiente fornece modelos linguísticos para um sujeito competente:

Para Chomsky, a linguagem é adquirida a partir de um dispositivo inato inscrito na mente humana, que é desencadeado a partir da exposição da criança aos modelos linguísticos de sua comunidade. A linguagem, assim, é uma dotação genética, específica da espécie. Essa abordagem é conhecida como “inatismo”, pois a criança nasce dotada dessa capacidade (Scarpa, 2001).

 

Competência e Desempenho (Performance): A teoria geral da linguagem de Chomsky, em seu momento inicial, se apoiava na distinção entre competência e desempenho, ou competência e performance. Por competência entende-se “o conhecimento do falante de um sistema linguístico concebido como um conjunto de regras”. Desempenho significa “o uso dessas regras observado no comportamento linguístico do falante nativo”. (LYONS, 1982: 236). Trata-se de uma distinção entre conhecimento e uso da linguagem muito importante na teoria, “sendo o conhecimento sempre muito maior que sua manifestação”. (SCARPA, 2001: 208).

 

É importante sinalizar que a Gramática Gerativa tem sua atuação, na descrição e estudo da competência. Sendo objeto de estudo, as sentenças, na gramática comum a todas as línguas, existente na mente humana.

Muito obrigada e deixe seu comentário!

Até ;)

 

REFERÊNCIAS

CHOMSKY, N. Novos Horizontes no Estudo da Linguagem. ”. In: DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada. vol.13, n. especial,  São Paulo: PUCSP/LAEL. Aug. 1997

ELGIN, S. H.Que é linguística? Rio de Janeiro: Zahar, 1981

KATO, M. A. Teoria Sintática: de uma perspectiva de" -ismos" para uma perspectiva de "Programas”. In: DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada. vol.13, n.2,  São Paulo: PUCSP/LAEL. Aug. 1997

Ferdinand de Saussure e o Estruturalismo Europeu

Boa tarde pessoal!
Hoje vamos falar um pouquinho sobre esse cara que é considerado o Pai da Linguística, desejamos uma ótima leitura. 

Ferdinand de Saussure



Ferdinand de Saussure nascido em 1857 na cidade de Genebra na Suíça. Foi um linguista e filósofo responsável por tornar a linguística uma ciência, exerceu grandes influencias nos campos da teoria da literatura.
Saussure também estudou física e química mas continuou nos cursos de gramática grega e latina, em 1866 ingressou na sociedade linguística de Paris; 1874 passou a estudar sozinho sânscrito com base na gramática Franz Bopp; 1907 a 1910 ministrou três cursos de linguística na universidade de Genebra, em 1913 Saussure morre com 55 anos.
Em 1916, três anos após a sua morte, dois de seus alunos (Charles Bally e Albert Sechehaye) copilaram as anotações dos alunos que compareceram nos cursos ministrados por Saussure em Genebra e publicaram O Curso de Linguística Geral, livro que deu inicio a linguística como ciência.
Paralelamente ao trabalho teórico reunido no Curso, Saussure realizou entre 1906 e 1909 outro estudo que é chamado de Os Anagramas de Saussure
 

Dicotomias Saussureanas

Para Saussure o estudo da linguística era dividido em 4 dicotomias: língua e Fala ,significante e significado, sintagma e paradigma e diacronia e sincronia.


LÍNGUA (langue) x FALA (Parole)

Langue é definida como social, homogenia, composta por um sistema de signos e regras, ela
faz parte da coletividade, abstrata.
Parole é definida como pessoal, variável, é o uso concreto que cada individuo faz da Langue.
Para Saussure o objeto de estudo é a Langue.



SIGNIFICANTE X SIGNIFADO

Imagem acústica (significante) + conceito (significado) = Signo linguístico


Exemplo:  CADEIRA +  Assento ou banco para uma só pessoa, com costas e algumas vezes com braços.



PARADIGMA x SINTAGMA

Paradigma é o repertório de signos disponíveis para o falante de uma determinada língua, sendo o sintagma  a escolha que o falante faz na hora de elaborar sua fala.

O BOLA PENETROU NO REDE            = PARADIGMA

A PELOTA   ENTROU NA GOL


A BOLA ENTROU NO GOL                            = SINTAGMA



DIACRONIA x SINCRONIA

Abordagem Diacronia estuda a língua através do tempo, já a Sincrônica estuda a língua em
apenas um determinado momento.

Saussure priorizava a abordagem sincrônica.



O Estruturalismo Europeu

Iniciou-se com a publicação do Curso de Linguística Geral, de Saussure.
Tem base em dois princípios:

Principio estrutural: não se pode pensar em um elemento isoladamente, os mesmos só podem ser propriamente caracterizados a partir da organização global na qual se integram.
Princípio da autonomia: a língua como sistema de signos que se define exclusivamente por suas relações internas, ou seja, sem relação externa com outros movimentos.

O estruturalismo europeu é um projeto filosófico, que leva a linguística sincrônica como seu alicerce, como principais características tem a criação de signos linguísticos, a separação das dicotomias e trabalhos realizados na escola de Praga e Copenhague que tinham como objetivo estudar as ciências do som:
Fonética: ciência da origem produção de sons
Fonologia: ciência dos fonemas e suas características linguísticas

São levados em conta, também, os trabalhos escandinavos de Vinho Brondal e Louis Hjelmselv, que propagaram as ideias do estruturalismo.



*Esperamos que tenha sido uma leitura agradável, e até a próxima pessoal!!!
Grupo: Essa tal de linguística


Bibliografia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussure
http://brasilescola.uol.com.br/biografia/ferdinand-de-saussure.htm
Livro: Introdução a Linguística – José Luiz Fiorin

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A importância da Linguística para a formação do estudante de Letras



Grupo: Linguisticamente falando


Ao estudar Letras, um pessoa busca aprofundar seu conhecimento em determinada língua. Com esse aprofundamento, pode-se seguir por algumas áreas, como a científica e a do ensino. Um dos conteúdos estudados por alunos de Letras é a Linguística. Esta é uma ciência que tem como objeto de estudo as línguas naturais, a linguagem verbal humana.
Ao decidir seguir a docência, uma pessoa precisa ter profundo conhecimento do conteúdo a ser ensinado. Com o curso de Letras não é diferente, e a Linguística contribui para que essa pessoa tenha conhecimentos científicos sobre a língua.
Para a Linguística, há variantes de uma língua e não uma forma correta de se falar. Com isso, não existe uma variante melhor que a outra, pois todas são válidas. Em contrapartida, para a gramática tradicional, há uma variante “certa”, que é a norma culta. Essa gramática prescreve e normatiza a língua, desconsiderando qualquer variante que fuja às suas regras. A norma culta – também denominada norma padrão – é ainda muito prestigiada atualmente, sendo ensinada em todos os níveis escolares no Brasil.
A norma padrão é, de fato, importante e deve ser ensinada. Porém, ao ser considerada a melhor, faz com que as demais formas sejam desvalorizadas. A escola não é um ambiente uniforme, com pessoas iguais, mas um ambiente que reúne diversas pessoas com diferentes histórias, de diferentes contextos sociais. Desta forma, é muito provável que muitos – talvez a maioria – não faça uso da norma padrão, mas fale o que a gramática tradicional consideraria errado.
Ao entrar na escola, porém, é ensinado ao aluno apenas a norma culta como a forma correta, e a forma de falar que ele trouxe consigo é desconsiderada. A Linguística, então, contribui para que o professor não aja com preconceito em relação à fala do aluno nem que o considere incompetente por não usar a norma padrão, mas tenha uma atitude reflexiva, de modo que compreenda o uso das variantes por seus alunos; contribuindo também para que o professor compreenda as dificuldades dos estudantes.
Além disso, o professor de português não deve ensinar a seus alunos que sua forma de falar é errada se não seguir a norma padrão, pois mesmo a norma culta não se encaixa em todas as situações; ela pode fazer com que uma pessoa pareça esnobe, dependendo do contexto, ou que os que dominem o que dita a gramática tradicional ajam com preconceito linguístico com aqueles que não o fazem.

Sendo assim, a Linguística é muito importante para que os estudantes de Letras tenham uma visão ampla do que é a língua e suas variantes, não agindo de modo que exclua ou pregue apenas uma forma de se falar, mas que demonstre a seus futuros alunos a variante prestigiada, respeitando também as diversas formas existentes.

Origem e Concepção da Linguística



Grupo: Kickapoo
 
Olá,
No post de hoje, falaremos um pouco mais sobre a Linguística e seu surgimento, focando nas ideias de Saussure.


O homem sempre teve interesse em compreender a linguagem. Esse interesse se mostra presente em mitos, cantos e rituais antigos. Os primeiros estudos sobre a linguagem remontam do século IV a.C. e foram feitos por hindus que, com o intuito de preservar seus textos sagrados, passaram a estudar sua língua.
Não só hindus, como gregos e latinos demonstraram grande interesse em estudar a língua, compreender seu funcionamento e preservá-la. E foi assim que surgiram as primeiras gramáticas.
No século XIX, foi desenvolvido um instrumento importante para o florescimento das gramáticas comparadas e da Linguística Histórica. O estudo comparado das línguas evidenciou o fato de que elas são vivas e mudam com o tempo.
O erro da gramática comparada foi ignorar a natureza de seu objeto de estudo. Assim, não se perguntavam a que levavam as comparações que faziam entre as línguas e nem o porquê delas.
Em 1816, em uma obra chamada Sistema de Conjugação do Sânscrito, Franz Bopp estudou as relações que unem o sânscrito ao germânico, ao grego e ao latim. Bopp compreendeu que as relações entre línguas afins podiam tornar-se matéria de uma ciência ao todo.
Foi no início do século XX, com a obra Curso de Linguística Geral que a investigação sobre a linguagem – Linguística – passou a ser reconhecida como estudo científico.  A obra foi escrita por alunos de Saussure chamados Charles Baily  e  A. Sechehaye, com anotações feitas durante as aulas de linguística que ele ministrava na Universidade de Genebra.
“Antigamente, a Linguística não era autônoma, submetia-se às exigências de outros estudos, como a lógica, a filosofia, a retórica, a história, ou a crítica literária. O século XX operou uma mudança central e total dessa atitude, que se expressa no caráter científico dos novos estudos linguísticos, que estarão centrados na observação dos fatos de linguagem.” (FIORIN, 2003, p. 14).
Segundo Fiorin (2003, p.15), Saussure considerou a linguagem "heteróclita e multifacetada", pois abrange vários domínios; é ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica; pertence ao domínio individual   e   social;   "não  se  deixa  classificar   em nenhuma  categoria   de   fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade" (1969: 17).
Para Saussure, a língua é um sistema de signos que se relacionam de forma organizada dentro de um todo. Ela é a parte social da linguagem e obedece as leis do contrato social estabelecidos pelos membros das comunidades, por isso não pode ser modificada pelos falantes.
Já a fala é individual, é a realização concreta da língua pelo sujeito falante, sendo circunstancial e variável. Como a fala depende do indivíduo e se apresenta assistemática, ela é excluída por Saussure do campo de estudo da linguística.
Saussure “Define, então, o signo como a associação entre significante (imagem acústica) e significado (conceito). Ele diz que é fundamental observar que a imagem acústica não se confunde com o som, pois ela é, como o conceito, psíquica e não física. Ela é a imagem que fazemos do som em nosso cérebro.” (ORLANDI, 2009, p. 21).
 “A distinção linguagem/língua/fala situa o objeto da Linguística para Saussure. Dela decorre a divisão do estudo da linguagem em duas partes: uma que investiga a língua e outra que analisa a fala. As duas partes são inseparáveis, visto que são interdependentes: a língua é condição para se produzir a fala, mas não há língua sem o exercício da fala. Há necessidade, portanto, de duas Linguísticas: a Linguística da língua e a Linguística da fala. Saussure focalizou em seu trabalho na Linguística da língua, "produto social depositado no cérebro de cada um", sistema supra-individual que a sociedade impõe ao falante.” (FIORIN, 2003, p. 15).
“Outra distinção proposta por Saussure é a que separa a sincronia (o estado atual do sistema da língua) e a diacronia (sucessão, no tempo, de diferentes estados da língua em evolução). Ele exclui também a diacronia do domínio da linguística, considerando incompatível a noção de sistema e de evolução.” (ORLANDI, 2009, p. 23).

A organização interna da língua foi chamada de sistema por Saussure. O que foi denominado sistema por ele, seus seguidores chamaram de estrutura. E assim nasceu o Estruturalismo, uma teoria de análise linguística – herdeira das ideias de Saussure – que valoriza a ideia de que cada elemento da língua só adquire um valor quando se relaciona com o todo de que faz parte.
O método estrutural deu a Linguística a posição de ciência piloto das ciências humanas e ele foi muito bem sucedido até o nascimento de outras correntes linguísticas, como o funcionalismo, o estruturalismo americano e o gerativismo de Chomsky, mas isso é assunto para um outro post.
Então, por enquanto, isso é tudo, pessoal!
Até a próxima!



REFERÊNCIAS

- PETTER, Margarida.  Linguagem, língua, linguística. In: FIORIN, José Luiz (org.) Introdução à Linguística. Objetos teóricos. vol 1. São Paulo: Contexto, 2006/2007.

- ORLANDI, Eni Puccinelli. O que é Linguística. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.