Integrantes: Assis, Camila D., Humberto, Leonardo e Thaís.
Olá, amigo(a) leitor(a)!
Desta vez, trataremos do polêmico
assunto “Linguística versus Gramática”,
que tem sido, ainda hoje, tema de discussão entre professores e estudantes de
Língua Portuguesa e de outras línguas. Leia, atentamente este artigo e deixe o
seu comentário, o qual será lido com muita satisfação!
A Linguística é uma disciplina ainda
jovem, se a compararmos com a Gramática. Pois, apesar de seus estudos iniciais
remontarem o século IV a.C., só recebeu status de ciência no século XX, em 1916,
com a obra “Curso de Linguística Geral”, escrita por dois alunos que tomaram
como base as anotações feitas na aula de um professor suíço chamado Ferdinand
de Saussure. Esta disciplina visa estudar os fenômenos da língua falada e
escrita, mas, (atualmente) principalmente a falada. Isto é, a Linguística
estuda as inúmeras variações de um idioma praticadas por seus falantes, as
quais são chamadas de “variações linguísticas”. Reconhecendo como legítimas
quaisquer variantes praticadas por um grupo de indivíduos, a Linguística vem
travando uma incansável batalha contra os conceitos de certo e errado no uso da
língua, estabelecidos pela ”Gramática Normativa”.
Sendo assim, a partir da visão de um
linguista, como já foi dito, não há, de fato, um erro na fala de um sujeito,
quando este diz, por exemplo: “Os menino pesca um peixe”, uma vez que a
sentença pode ser e, na maioria das vezes, é compreendida pelos demais. Há, no
entanto, o adequado e o inadequado. Ou seja, dependendo do contexto no qual
você está inserido, falar “Os menino pesca um peixe” pode ser adequado ou não. Suponha
que você esteja conversando em uma comunidade onde, comumente, os falantes daquele
ambiente falam dessa forma. Deste modo, tal uso não seria inadequado, ou mesmo,
um erro de concordância; visto que a Linguística reconhece não apenas as
concordâncias da Gramática Normativa, como também qualquer outro tipo de
concordância feita e compreendida pelos indivíduos pertencentes a um
determinado grupo social.
Para a Linguística, portanto, tudo
pode ser válido, desde que seja utilizado de modo sistemático pelos falantes
nativos de determinado idioma. Tomemos como exemplo a seguinte sentença: “[...]
Apego leva ao ciúmes, a sombra da ganância isso é.” Ela é a tradução de uma
sentença dita pelo Mestre Yoda, uma das personagens dos filmes da série Star
Wars. Tal frase seria, no Português de hoje, algo inválido, levando-se em
consideração que a construção sintática da mesma (que tem até verbo no fim da sentença),
não é utilizada pelos falantes nativos do idioma. Mas, vamos voltar ao que
interessa...
A Gramática Normativa, ao contrário do
que muitos têm apregoado, não existe para causar segregação social, e sim para
que se estabeleça um padrão do idioma. Isto é, um prumo para formação de
orações, sentenças e textos, quer sejam falados ou escritos. Desta forma, mantém-se
um padrão do idioma falado e escrito, garantindo que uma comunicação clara seja
estabelecida entre interlocutores que dominem as normas prescritas pela
Gramática, que valorizam e preservam (em nosso caso) o nosso Português. No
entanto, tais regras têm sido usadas por alguns como instrumento de preconceito
e exclusão daqueles que não tiveram acesso às mesmas. Fator esse que causa
infelicidade e descontentamento e que, por isso mesmo, exige que alguns pontos
sejam revistos.
Por um lado, não pode ser
disseminando nas escolas, a ideia de um idioma onde não há formações certas ou
erradas na fala ou escrita dos indivíduos. Não é isso que extinguirá a
intolerância às demais variações linguísticas existentes. Não subestimando, de
maneira alguma, os alunos, verifica-se a realidade na qual muitos não sabem
ainda distinguir os locais adequados ou não ao uso de determinada variante; mas
principalmente, verifica-se que grande parte da sociedade possui dificuldade no
uso formal da língua escrita e falada. O adequado ou inadequado é interessante,
mas, por ora e, dependendo sobretudo do estágio em que os alunos se encontram,
é necessário que se aprenda os conceitos de certo e errado, pois não o fazer,
poderia ocasionar que muitos deles fossem impossibilitados de ascensão profissional por falta do domínio da norma culta. Quando todos já tiverem o
domínio da norma padrão, é sim, perfeitamente compreensível que se ensine os
conceitos linguísticos, para que o indivíduo possa ser um “poliglota em sua
própria língua”
Em suma, é preciso que haja educação
de qualidade nas escolas públicas e privadas em todo o território nacional, proporcionando
aos brasileiros o pleno conhecimento das regras gramaticais do Português. Pois,
se formos legitimar como o “bom Português” qualquer maneira de falar que seja
praticada pelos cidadãos de um dado lugar dentro do território nacional, é
pertinente lembrar que em Sabino, cidade localizada no interior de São Paulo,
seus habitantes falam o português de trás para frente.
Portanto, é necessário que nós,
professores e futuros professores de Língua Portuguesa, não permitamos que tão
admiráveis disciplinas, como a Gramática Normativa e a Linguística, que
enriquecem o nosso idioma, sejam influenciadas por ideologias políticas
partidárias ou pensamentos retrógrados, quer seja para um lado como para o
outro. Pois é lindíssimo saber que em cada região do Brasil você ouvirá
maneiras distintas na oralidade informal e os que habitam em tais lugares, entendem-se,
compreendem-se. Entretanto, mais encantador é saber que as suas literaturas e
artigos, redigidos para todos, serão compreendidos em qualquer localidade do
nosso país ou até mesmo fora dele. E assim, avançaremos nos belos estudos e na
descrição dos fenômenos orais ou escritos da língua, e na luta por um ensino de
qualidade que valoriza o seu povo e o seu idioma.
“ A unidade é a
variedade, e a variedade na unidade é a lei suprema do universo. ”
Isaac Newton
Link para o vídeo sobre a fala dos moradores de Sabino/ SP:
https://www.youtube.com/watch?v=1dwgUS5KpT4
Referências:
* PETTER, Margarida. Linguagem, língua,
linguística. In: FIORIN, José Luiz
(org.) Introdução à Linguística. Objetos teóricos. vol
1. São Paulo: Contexto, 2006/2007.
* Disponível
em: <http://www.soportugues.com.br/secoes/gramatica/>. Acesso em: 18 de
novembro de 2016.
* Disponível
em: <www.infoescola.com/linguistica/gramatica-normativa revistauox.paginas.ufsc.br/files/2014/12/8-linguistica-sociolinguistica.pdf >. Acesso
em: 18 de novembro
de 2016.
* Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=1dwgUS5KpT4>. Acesso em: 18 de
novembro de 2016.
* Disponível
em:
<http://www.pipocacommanteiga.com.br/2014/03/20-melhores-frases-mestre-yoda-star-wars.html>.
Acesso em: 18 de novembro de 2016.
A norma culta possui de fato o seu reconhecimento perante os meios formais, porém, não podemos deixar de considerar a significância e importância que a linguística nos traz.
ResponderExcluirGrupo: Gramálisticos
(Victor, Érica, Chiara, Ísis e Gleice)
A Gramática Normativa é importante ser ensinada, pois é muito valorizada, contribuindo para a ascensão social do indivíduo. Entretanto, a Linguística também é importante, pois nos faz perceber que não há apenas uma variante correta da língua, ainda mais porque nem todas são adequadas o tempo todo, mas depende do contexto.
ResponderExcluirGrupo: Linguisticamente falando.
A importância da gramática normativa dentro das salas de aula é incontestável, ao mostrar ao aluno que para motivo de ascensão na vida profissional e acadêmica, porém o ensino da linguística mesmo que seja em conjunto com outras matérias também é indispensável, uma vez que mostra ao aluno que não há somente um jeito ''correto'' de falar. Tudo que se fala e é entendido é correto, apesar de poder ser considerado errado se analisarmos esta mesma frase pela ótica normativa.
ResponderExcluirGRUPO: AMIGOS LETRADOS.
A gramatica normativa pressupõe os estudos da língua padrão, prendendo-se nas normas e regras estabelecidas que devem serem seguidas e estudadas de forma contextualizada e linear.
ResponderExcluirJá a linguística está mais ligada a linguagem de uso, por isso tem uma abrangência maior, no que se diz respeito a aceitação do que é considerado "certo ou errado" dentro das normas da língua portuguesa.
Grupo: SIA