Grupo: Gramálisticos
(Victor, Érica, Chiara, Ísis e Gleice)
O
tema em questão refere-se a um assunto que decorre muitas discussões entre os
letrados da língua portuguesa. Afinal, qual seria a maneira certa de se falar e
escrever o nosso idioma? Segundo os gramáticos a forma correta quanto ao uso da
língua seria aquela em que utilizamos em processos formais, a prestigiada e
respeitada no mundo acadêmico, ou seja, o uso normativo da língua portuguesa. Entretanto,
ao nos depararmos com os estudos da linguística, entendemos que o termo ‘língua’,
sendo ela escrita ou falada pelo povo diariamente, possuem também os seus
valores e merecem o seu devido reconhecimento.
Para
os gramáticos, a língua é o que deve ser, respeitada e usada em fala e escrita
conforme ensinada nos processos de alfabetizações escolares e aumentos de
repertórios sobre os seus termos considerados certos, corretos ao longo da vida.
Sendo o modo de uso padronizado/culto considerado o prestigiado para os meios
formais em nossa sociedade, os gramáticos defendem a ideia de que esses processos
precisam ser levados a sério em todos os tipos de contextos, considerando suas
variações erradas e defeituosas quanto aos usos do idioma. Sendo assim, ao
falarmos e/ou escrevermos a conjugação de um verbo em uma maneira diferenciada
à sua verdadeira função ou usarmos um vício de linguagem, independentemente de
seu meio, um gramático irá considerar tais processos equívocos e errôneos por
fugirem daquilo que a normatividade da língua preza como correta. Por um outro
lado, para a linguística, há exceções. Dependendo do meio em que uma frase, um
modo de escrever e até mesmo se expressar está sendo posta, sendo ela
totalmente informal ou em um local de pouco acesso à educação, pode ser assim
considerado correta quanto a vertente de seu uso. Ao dizer a frase, “os menino
chegô”, para os gramáticos, seria uma variação extremamente errada quanto a sua
colocação e conjugação de verbo em singular e plural. Enquanto para os linguistas,
levando em consideração o seu ambiente de uso, o seu meio social e havendo o
entendimento com a interpretação dos falantes para com os seus ouvintes de que “os
meninos chegaram”, a frase está correta.
Sendo
assim, para os linguistas, a norma culta possui de fato o seu reconhecimento
perante aos meios formais, mas não devemos fazer dela uma regra para nos
comunicarmos de maneira exagerada e ao pé da letra em todo e quaisquer meio social,
pois ao invés de aproximarmos as pessoas, estamos, segundo alguns estudiosos, afastando-as
por tal radicalização em ambientes informais, denominando-a como um preconceito
linguístico para com os que não a utilizam. Entretanto, o pernambucano Evanildo
Bechara, um dos mais respeitados gramáticos da língua portuguesa, doutor em
letras e autor de duas dezenas de livros, entre os quais temos a consagrada
Moderna Gramática Portuguesa e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL)
diz que: "Alguns de meus colegas subvertem a lógica em nome de uma
doutrina que só serve para tirar de crianças e jovens a chance de ascenderem
socialmente". Para Bechara e outros gramáticos, a expressão popular tem a
sua validade como forma de comunicação. Porém, é preciso que se reconheça que a
língua culta reúne infinitamente mais qualidades e valores. Sendo ela a única
que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no mundo da
filosofia, da literatura, das artes e das ciências. E a linguagem popular, por
sua vez, não apresenta vocabulário tampouco estatura gramatical que permita
desenvolver ideias de maiores complexidades, tão caras a uma sociedade que
almeja a evolução.
REFERÊNCIAS:
Parabéns!
ResponderExcluirBelíssimo texto.
ResponderExcluir"A diferença entre linguistas e gramáticos é análoga, é como se alguns biólogos incluíssem e outros excluíssem os animais 'nojentos'".
ResponderExcluirSem dúvida, verifica-se que a língua é como se fosse uma vestimenta; portanto, deve ser utilizada conforme a ocasião. Não faz sentido ir à igreja de sunga, maiô ou biquíni; da mesma forma que não há lógica em utilizar terno, gravata ou vestido para ir à praia ou ao clube. O objetivo de se comunicar deve ser atingido e, para que isso ocorra, deve-se levar em conta as variantes além da norma padrão - como afirma a Linguística. Contudo, como ressalta Bechara, "ideias de maiores complexidades" possuem maior clareza (e concisão, dependendo do caso) na norma culta, e; sobretudo, para que a evolução social seja alcançada, faz-se importante ensiná-la e compreendê-la.
ResponderExcluirGrupo: Saussureando
O aprendizado e uso da norma culta é importante para todos os estudantes, portanto não podemos negar o fato de que há muitas pessoas de diastratia baixa e acabam não seguindo as tais normas. Sendo assim a Linguística é fundamental para aproximar as pessoas que por diversos motivos não possuem acesso a Gramática Normativa e explicar que dependendo da situação não tem problema algum falar informalmente.
ResponderExcluirGrupo: SIA