Grupo: Kickapoo
Olá,
Olá,
No
post de hoje, falaremos um pouco mais sobre a Linguística e seu surgimento, focando
nas ideias de Saussure.
O
homem sempre teve interesse em compreender a linguagem. Esse interesse se mostra
presente em mitos, cantos e rituais antigos. Os primeiros estudos sobre a
linguagem remontam do século IV a.C. e foram feitos por hindus que, com o
intuito de preservar seus textos sagrados, passaram a estudar sua língua.
Não
só hindus, como gregos e latinos demonstraram grande interesse em estudar a
língua, compreender seu funcionamento e preservá-la. E foi assim que surgiram
as primeiras gramáticas.
No
século XIX, foi desenvolvido um instrumento importante para o florescimento das
gramáticas comparadas e da Linguística Histórica. O estudo comparado das
línguas evidenciou o fato de que elas são vivas e mudam com o tempo.
O
erro da gramática comparada foi ignorar a natureza de seu objeto de estudo.
Assim, não se perguntavam a que levavam as comparações que faziam entre as
línguas e nem o porquê delas.
Em
1816, em uma obra chamada Sistema de Conjugação do Sânscrito, Franz Bopp
estudou as relações que unem o sânscrito ao germânico, ao grego e ao latim.
Bopp compreendeu que as relações entre línguas afins podiam tornar-se matéria
de uma ciência ao todo.
Foi
no início do século XX, com a obra Curso de Linguística Geral que a
investigação sobre a linguagem – Linguística – passou a ser reconhecida como
estudo científico. A obra foi escrita
por alunos de Saussure chamados Charles Baily
e A. Sechehaye,
com anotações feitas durante as aulas de linguística que ele ministrava na
Universidade de Genebra.
“Antigamente,
a Linguística não era autônoma, submetia-se às exigências de outros estudos,
como a lógica, a filosofia, a retórica, a história, ou a crítica literária. O século
XX operou uma mudança central e total dessa atitude, que se expressa no caráter
científico dos novos estudos linguísticos, que estarão centrados na observação
dos fatos de linguagem.” (FIORIN, 2003, p. 14).
Segundo
Fiorin (2003, p.15), Saussure considerou a linguagem "heteróclita e
multifacetada", pois abrange vários domínios; é ao mesmo tempo física, fisiológica
e psíquica; pertence ao domínio individual
e social; "não
se deixa classificar
em nenhuma categoria de
fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade" (1969:
17).
Para
Saussure, a língua é um sistema de signos que se relacionam de forma organizada
dentro de um todo. Ela é a parte social da linguagem e obedece as leis do
contrato social estabelecidos pelos membros das comunidades, por isso não pode
ser modificada pelos falantes.
Já a
fala é individual, é a
realização concreta da língua pelo sujeito falante, sendo circunstancial e
variável. Como a fala depende do indivíduo e se apresenta assistemática, ela é
excluída por Saussure do campo de estudo da linguística.
Saussure
“Define, então, o signo como a associação entre significante (imagem acústica)
e significado (conceito). Ele diz que é fundamental observar que a imagem acústica
não se confunde com o som, pois ela é, como o conceito, psíquica e não física. Ela
é a imagem que fazemos do som em nosso cérebro.” (ORLANDI, 2009, p. 21).
“A distinção linguagem/língua/fala situa o
objeto da Linguística para Saussure. Dela decorre a divisão do estudo da
linguagem em duas partes: uma que investiga a língua e outra que analisa a
fala. As duas partes são inseparáveis, visto que são interdependentes: a língua
é condição para se produzir a fala, mas não há língua sem o exercício da fala.
Há necessidade, portanto, de duas Linguísticas: a Linguística da língua e a Linguística
da fala. Saussure focalizou em seu trabalho na Linguística da língua,
"produto social depositado no cérebro de cada um", sistema supra-individual
que a sociedade impõe ao falante.” (FIORIN, 2003, p. 15).
“Outra
distinção proposta por Saussure é a que separa a sincronia (o estado atual do
sistema da língua) e a diacronia (sucessão, no tempo, de diferentes estados da língua
em evolução). Ele exclui também a diacronia do domínio da linguística,
considerando incompatível a noção de sistema e de evolução.” (ORLANDI, 2009, p.
23).
A organização
interna da língua foi chamada de sistema por Saussure. O que foi denominado
sistema por ele, seus seguidores chamaram de estrutura. E assim nasceu o Estruturalismo,
uma teoria de análise linguística – herdeira das ideias de Saussure – que
valoriza a ideia de que cada elemento da língua só adquire um valor quando se
relaciona com o todo de que faz parte.
O método
estrutural deu a Linguística a posição de ciência piloto das ciências humanas e
ele foi muito bem sucedido até o nascimento de outras correntes linguísticas,
como o funcionalismo, o estruturalismo americano e o gerativismo de Chomsky, mas
isso é assunto para um outro post.
Então, por
enquanto, isso é tudo, pessoal!
Até a
próxima!
REFERÊNCIAS
- PETTER, Margarida. Linguagem, língua,
linguística. In: FIORIN, José Luiz (org.) Introdução
à Linguística. Objetos teóricos. vol 1. São Paulo: Contexto, 2006/2007.
- ORLANDI, Eni Puccinelli. O que é Linguística. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.
- ORLANDI, Eni Puccinelli. O que é Linguística. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.
É interessante entender que para Saussure o sistema de signos que se relacionam de forma organizada dentro de um todo. Pois isso nos leva a perceber que o signo não é algo totalmente isolado do todo.
ResponderExcluirGrupo: LINGUÍSTAS DO SÉC XXI
Saussure foi e tem sido de extrema grandiosidade para os estudos da Linguística. É quase impossível falar sobre a concepção da linguística, sua importância e origem sem citar Ferdinand de Saussure. Em suma, mesmo que os estudos de Saussure tenha deixado algumas arestas em aberto para criticas por outros estudiosos é inegável o valor de seus estudos para o campo da linguagem.
ResponderExcluirGRUPO: AMIGOS LETRADOS.
Saussure, estaria entre os primeiros linguistas a olhar cientificamente para o
ResponderExcluiraspecto da seleção de elementos linguísticos no uso cotidiano da língua. Essas opções de escolha, tanto as de ordem sintagmática, como as paradigmáticas, seriam as responsáveis pelo funcionamento da língua como um sistema de valores. Ou seja, ao falar o usuário lida com todas essas relações, pois, do ponto de vista operacional, seria nisso mesmo que consistiria sua utilização. O cientista genebrino parece explicar com isso, não apenas as seleções terminológicas, mas todas as relações significativas. Uma vez que, para sua concepção de língua, o fator valor linguístico é essencial, é preciso analisar cada um desses eixos de relações.
Grupo: SIA